segunda-feira, 7 de abril de 2014

A Crucificação de Cristo

A partir de um ponto de vista médico
de C. Truman Davis

Lendo o livro de Jim Bishop “O Dia Que Cristo Morreu”, eu percebi que durante vários anos eu tinha tornado a crucificação de Jesus mais ou menos sem valor, que havia crescido calos em meu coração sobre este horror, por tratar seus detalhes de forma tão familiar - e pela amizade distante que eu tinha com nosso Senhor. Eu finalmente havia percebido que, mesmo como médico, eu não entendia a verdadeira causa da morte de Jesus. Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, aparentemente, acharam que uma descrição detalhada seria desnecessária. Por isso só temos as palavras concisas dos evangelistas “Então, Pilatos, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.”

Eu não tenho nenhuma competência para discutir o infinito sofrimento psíquico e espiritual do Deus Encarnado que paga pelos pecados do homem caído. Mas parecia a mim que como um médico eu poderia procurar de forma mais detalhada os aspectos fisiológicos e anatômicos da paixão de nosso Senhor. O que foi que o corpo de Jesus de Nazaré de fato suportou durante essas horas de tortura?

Dados históricos

Isto me levou primeiro a um estudo da prática de crucificação, quer dizer, tortura e execução por fixação numa cruz. Eu estou endividado a muitos que estudaram este assunto no passado, e especialmente para um colega contemporâneo, Dr. Pierre Barbet, um cirurgião francês que fez uma pesquisa histórica e experimental exaustiva e escreveu extensivamente no assunto.

Aparentemente, a primeira prática conhecida de crucificação foi realizado pelos persas. Alexandre e seus generais trouxeram esta prática para o mundo mediterrâneo--para o Egito e para Cartago. Os romanos aparentemente aprenderam a prática dos cartagineses e (como quase tudo que os romanos fizeram) rapidamente desenvolveram nesta prática um grau muito alto de eficiência e habilidade. Vários autores romanos (Lívio, Cícero, Tácito) comentam a crucificação, e são descritas várias inovações, modificações, e variações na literatura antiga.


Por exemplo, a porção vertical da cruz (ou “stipes”) poderia ter o braço que cruzava (ou “patibulum”) fixado cerca de um metro debaixo de seu topo como nós geralmente pensamos na cruz latina. A forma mais comum usada no dia de nosso Senhor, porém, era a cruz “Tau”, formado como nossa letra “T”. Nesta cruz o patibulum era fixado ao topo do stipes. Há evidência arqueológica que foi neste tipo de cruz que Jesus foi crucificado. Sem qualquer prova histórica ou bíblica, pintores Medievais e da Renascença nos deram o retrato de Cristo levando a cruz inteira. Mas o poste vertical, ou stipes, geralmente era fixado permanentemente no chão no local de execução. O homem condenado foi forçado a levar o patibulum, pesando aproximadamente 50 quilos, da prisão para o lugar de execução.

Muitos dos pintores e a maioria dos escultores de crucificação, também mostram os cravos passados pelas palmas. Contos romanos históricos e trabalho experimental estabeleceram que os cravos foram colocados entre os ossos pequenos dos pulsos (radial e ulna) e não pelas palmas. Cravos colocados pelas palmas sairiam por entre os dedos se o corpo fosse forçado a se apoiar neles. O equívoco pode ter ocorrido por uma interpretação errada das palavras de Jesus para Tomé, “vê as minhas mãos”. Anatomistas, modernos e antigos, sempre consideraram o pulso como parte da mão.

Um titulus, ou pequena placa, declarando o crime da vítima normalmente era colocado num mastro, levado à frente da procissão da prisão, e depois pregado à cruz de forma que estendia sobre a cabeça. Este sinal com seu mastro pregado ao topo teria dado à cruz um pouco da forma característica da cruz latina.

O suor como gotas de sangue

O sofrimento físico de Jesus começou no Getsêmani. Em Lucas diz: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra." (Lc 22:44) Todos os truques têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente seguindo a impressão que isto não podia acontecer. No entanto, consegue-se muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Sujeito a um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo poderia causar fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia.

Após a prisão no meio da noite, Jesus foi levado ao Sinédrio e Caifás o sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro traumatismo físico. Jesus foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e zombaram dele, pedindo para que identificasse quem o estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.

A condenação

De manhã cedo, Jesus, surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, é levado ao Pretório da Fortaleza Antônia, o centro de governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos. Você deve já conhecer a tentativa de Pilatos de passar a responsabilidade para Herodes Antipas, tetrarca da Judéia. Aparentemente, Jesus não sofreu maus tratos nas mãos de Herodes e foi devolvido a Pilatos. Foi em resposta aos gritos da multidão que Pilatos ordenou que Bar-Abbas fosse solto e condenou Jesus ao açoite e à crucificação.

Há muita diferença de opinião entre autoridades sobre o fato incomum de Jesus ser açoitado como um prelúdio à crucificação. A maioria dos escritores romanos deste período não associam os dois. Muitos peritos acreditam que Pilatos originalmente mandou que Jesus fosse açoitado como o castigo completo dele. A pena de morte através de crucificação só viria em resposta à acusação da multidão de que o Procurador não estava defendendo César corretamente contra este pretendente que supostamente reivindicou ser o Rei dos judeus.

Os preparativos para as chicotadas foram realizados quando o prisioneiro era despido de suas roupas, e suas mãos amarradas a um poste, acima de sua cabeça. É duvidoso se os Romanos teriam seguido as leis judaicas quanto às chicotadas. Os judeus tinham uma lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chicotadas.

O açoite

O soldado romano dá um passo a frente com o flagrum (açoite) em sua mão. Este é um chicote com várias tiras pesadas de couro com duas pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de Jesus. Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chicotadas continuam, elas cortam os tecidos debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura.

As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chicotadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.


Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo).

Após zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor toturante. As feridas começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.

A cruz

Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já chegaram ao seu limite.

O centurião, ansioso para realizar a crucificação, escolhe um observador norte-africano, Simão, um Cirineu, para carregar a cruz. Jesus segue ainda sangrando, com o suor frio de choque. A jornada de mais de 800 metros da fortaleza Antônia até Gólgota é então completada. O prisioneiro é despido - exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus.

A crucificação

A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um pesado cravo de ferro quadrado que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus".

O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos dos pés para baixo, um cravo é batido atraves deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés.

Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que Jesus consegui falar as sete frases registradas:

Jesus olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre suas vestes disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. " (Lucas 23:34)

Ao ladrão arrependido, Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23:43)

Olhando para baixo para Maria, sua mãe, Jesus disse: “Mulher, eis aí teu filho.”E ao atemorizado e quebrantado adolescente João, “Eis aí tua mãe.” (João 19:26-27)

O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.

Lembramos o Salmo 22 versículo 14 “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.”

Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos para o cérebro.

Jesus clama “Tenho sede!” (João 19:28)

Lembramos outro versículo do profético Salmo 22 “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.”

Uma esponja molhada em “posca”, o vinho azedo que era a bebida dos soldados romanos, é levantada aos seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de Jesus chega ao extremo, e ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre seu corpo. Este acontecimento traz as suas próximas palavras - provavelmente, um pouco mais que um torturado suspiro “Está consumado!”. (João 19:30)

Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer.

Com um último esforço, ele mais uma vez pressiona o seu peso sobre os pés contra o cravo, estica as suas pernas, respira fundo e grita seu último clamor:“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46).


O resto você sabe. Para não profanar a Páscoa, os judeus pediam para que o réus fossem despachados e removidos das cruzes. O método comum de terminar uma crucificação era por crucificatura, quebrando os ossos das pernas. Isto impedia que a vítima se levantasse, e assim eles não podiam aliviar a tensão dos músculos do peito e logo sufocaram. As pernas dos dois ladrões foram quebradas, mas, quando os soldados chegaram a Jesus viram que não era necessário.

Conclusão

Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço das costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: "E imediatamente verteu sangue e água." Isto era saída de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu, não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio.

Assim nós tivemos nosso olhar rápido – inclusive a evidência médica – daquele epítome de maldade que o homem exibiu para com o Homem e para com Deus. Foi uma visão terrível, e mais que suficiente para nos deixar desesperados e deprimidos. Como podemos ser gratos que nós temos o grande capítulo subseqüente da clemência infinita de Deus para com o homem – o milagre da expiação e a expectativa da manhã triunfante da Páscoa.



© Copyright C. Truman Davis

C. Truman Davis é um Oftalmologista nacionalmente respeitado, vice-presidente da Associação Americana de Oftalmologia, e uma figura ativa no movimento de escolas Cristãs. Ele é o fundador e presidente do excelente Trinity Christian School em Mesa, Arizona, e um docente do Grove City College.

[Esta tradução foi realizada para o site www.hermeneutica.com baseada em várias versões deste relato em inglês e traduções em português. Não há restrição quanto à reprodução desta versão do relato médico. No entanto, pedimos que os interessados tenham a consideração de preservar as referencias à autoria original e uma referencia ao site dawww.hermeneutica.com]

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Asafe: Discípulo de Davi


Na ética hebraica, Davi representa a figura de Jesus. Ele era conhecido como o messias do Antigo Testamento, ele era a figura do pastor, a figura de autoridade então porque Asafe foi formado? No âmbito físico sabemos que foi por Davi, e dentro do âmbito espiritual pelo Senhor. Asafe era o cantor-mor do rei Davi o que significa que somos cantores-mor do Rei dos reis. Asafe tinha muitas atividades, porém esta era uma atividade especial da qual não o rei abria mão (I Cr 15:4-7).

Asafe recebeu a unção através Davi para quatro fins específicos:
1. Para ser ministro da Casa do Senhor;
2. Para ser sacerdote na comunidade onde vivia;
3. Para ser profeta na Casa do Senhor e profeta para o povo de Israel;
4. Ele foi ungido para ser levita cantor da Casa do Pai.


Ser ministro fala da autoridade da palavra, ser sacerdote fala da cura, ser profeta fala da visão e ser levita fala da administração.


Existem dois tipos de ministérios específicos que foram gerados por Asafe: (I Cr 25:1,2 Es 2:41)
1. Genitor físico de levitas físicos;
2. Genitor espiritual de levitas espirituais.


Asafe era um levita completo em seu exemplo (I Crônicas 25:1-2; Esdras 2:41) porque ele era um reprodutor da visão dos doze. Asafe fez 12 declarações de caráter profético. Em I Crônicas 25:1-2; Esdras 2:41 podemos ver dois tipos de “gestações espirituais”, Asafe era genitor de filhos físicos, mas também de filhos espirituais e ele gerou 12 filhos espirituais e 128 levitas renomados em Israel de sua genealogia totalizando 144 filhos.


Asafe tinha um ministério de reflexo e qual o reflexo do ministério do levita? Todo levita conquista a sua cidade. Asafe influenciou, conquistou e modelou toda a cidade na adoração (I Cr 5:18-26; 6:8-40).


É responsabilidade do levita padronizar a adoração:
1. Na própria casa. A casa do levita precisa ser a sede da adoração
2. No ministério local. Seja na introdução, administração, no som, nos instrumentos, dança, música etc. O levita dá o melhor da sua adoração a Deus onde estiver plantado.
7. Nas cidades da descendência de Asafe.


Podemos ver em I Crônicas 6:62, 63b e 64-69 que os levitas tinham doze cidades cada cidade levava o seu nome e cada nome correspondia à sua conquista. Somente os levitas conquistaram exatamente doze cidades e eram as únicas cidades nominadas. Na história veremos que as outras cidades foram divididas, porém as doze cidades dos levitas permaneceram de pé e até os dias de hoje conservam os mesmos nomes.


A primeira cidade conquistada pelos levitas foi Hebrom que significa “Centro das estratégias de guerra” e esta cidade foi a que deu base, condições e estratégias e até os dias de hoje é onde se têm mais conflitos em Israel, pois até mesmo os inimigos de Israel sabem de daquela cidade vem as estratégias para conquistar as outras cidades. Foi de Hebrom que Abraão conquistou Jerusalém, foi de lá que Josué derrubou Jericó e também foi de Hebrom de Davi conquistou todas as outras cidades. Asafe tinha uma linguagem de conquista e não de derrota.


O ministério de Asafe tinha cinco identificações que respaldavam sua unção:
1. I Cr 6:31a – Ministério de cânticos na Casa do Senhor;
2. I Cr 6:31b – Reconhecer a importância do repouso e reconheceu a importância da presença da Arca da Aliança;
3. I Cr 6:32a – Ministrou diante do Tabernáculo e de toda congregação;
4. I Cr 6:32b – Permaneceu na adoração 24 horas até o templo ser construído;
5. I Cr 6:32c; Lv 6:13-14 – Exercitou o seu ministério segundo os princípios bíblicos.
O ministério de Asafe também era um ministério de cobertura espiritual, o que significa que era um ministério de prestação de contas. O ministério de Asafe estava debaixo de uma unção estabelecida e respaldada.
O ministério do levita é um ministério eterno porque não é egoísta, individualista ou particular, mas é um ministério comunitário onde todos podem falar. É um ministério que comunica e é um ministério comentado (2Cr 29:30-31).


O Levita é...

1. O levita é discipulado


Ser levita não é algo que se “inventa” mas sim, algo que se “forma”. Se quisermos levitas de excelência em nossa equipe, devemos primeiramente ser este levita, devemos idealizar o levita dos sonhos e pagar o preço para ter esse levita. Ninguém nasce levita, um levita é formado, acompanhado, um levita é discipulado. 

Ninguém poderá ser um excelente levita se não for discipulado, o discipulado é a base para o caráter levítico e só teremos levitas com caráter de levita se eles forem discipulados debaixo da unção de levita.

O ser humano já nasce com pré-disposições para exercer determinadas atividades, mas se essas tendências não forem detectadas a pessoa pode nunca saber quais suas verdadeiras habilidades e uma das maiores frustrações de um ser humano é somente na velhice, descobrir que está no lugar errado.

“Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta”. – Jeremias 1:5


Quando Nadabe e Abiú morreram ao oferecer fogo estranho no altar de Deus (Nm 3:4) eles foram substituídos por Itamar que passou a ser sumo-sacerdote na Casa do Senhor, porém, antes disso, Itamar foi o levita responsável pela limpeza das cortinas e dos tapetes do Templo do Senhor (Nm 4:26-28). Muitas pessoas querem começar por onde outros estão terminando, querem o púlpito, mas não sabem o que é limpar o templo.

2. O levita é adorador
Os levitas são chamados por Deus para serem adoradores em todo lugar. O adorador não escolhe lugar nem o tempo de adorar, ele está sempre disponível para adorar o Rei. Antigamente os levitas ligavam o sucesso do louvor e da adoração à quantidade de pessoas presentes, hoje sabemos que o sucesso maior é a consciência de sabermos quem está presente e recebendo a adoração. Os melhores compêndios musicais bíblicos não foram compostos com multidões nem diante de grandes auditórios, foram compostos a sós com Deus e neste ponto vemos quem é o verdadeiro adorador e onde está seu interesse, se está em gente ou em Deus.

O ministério levítico implica em três chamados básicos para adoração:
2.1. Chamado para adorar na Casa de Deus
“Estes são os que Davi constituiu sobre o serviço de canto da casa do Senhor, depois: que a arca teve repouso”. I Crônicas 6:31.
O ministério do levita não é um auto-chamamento, o levita ele não se auto-vocaciona e nem é chamado por terceiros, ele é chamado por Deus. Muitas pessoas querem “adorar na Casa do Senhor” pensando que adorar é ter uma oportunidade de ter o microfone na mão e isso é uma função e não um chamado.

2.2. Chamado para adorar nas comunidades
Aonde o levita vai, ele adora a Deus, independente das circunstâncias ou da prova que se esteja enfrentando, devemos exercitar a adoração durante as tribulações. A adoração atrai o Tono de Deus, e onde o Trono de Deus está, acabam-se os problemas;

2.3. Chamados para ministrar na presença do rei (2Cr 6:3)
Os levitas em Israel ministravam na Casa do Senhor, ministravam na comunidade ensinando adoração, mas depois tinham um compromisso de estar diante do rei.


3. O Levita é honra para sua genealogia
O levita conhece sua genealogia, pois para dar a direção para o futuro precisamos conhecer o próprio passado. Cada levita honra a sua descendência, quando Moisés morreu, a crise de Josué era fazer o que Moisés fez, porém Deus disse “Vá, porque quem fez foi Eu, e não Moisés, e Eu serei contigo e assim como fiz com Moisés, farei contigo e tu farás esse povo herdar a terra prometida”. E porque Josué sofreu tal crise? Porque Moisés fez história. O levita tem uma descendência memorável, o levita faz história.